sexta-feira, 5 de março de 2010

Same

Na terça-feira pelas 14h 30m partimos para uma viagem de cerca 4 horas (se fosse eu a conduzir seriam seguramente umas 6) rumo a Same. Incluido no distrito de Manufahi, este subdistrito, que me leva a recordar a esplendorosa vegetação de São Tomé, será a partir de Maio o meu poiso durante a semana. E estou em pânico. A estrada, com as suas "1001"curvas que nos fazem ter quase "1001" acidentes, com os buracos e deslizamentos de terra devido às fortes chuvas da época, prolonga-se a ponto de esgotar a paciência a um santo. E depois desta aventura ainda existe o desafio do trabalho. Ser a única expatriada a trabalhar a tempo inteiro num ministério, a implementar um projecto, que se espera que tenha sucesso, não é tarefa fácil. Mas nunca é...
Entre angústias e dúvidas existe sempre o apreciar de um local e de uma cultura tão diferente da minha que torna tudo tão "pitoresco". E esta talvez seja a palavra que me surge, no entanto, como hei-de de descrever aquele meio?
Entrei no ministério e fui apresentada aos funcionários, e entre risos e cumprimentos passo para a sala de reuniões apetrechada com as novas aquisições patrocinadas pelo projecto. Logo de início reparo que no centro estão algumas das novas mesas de escritório, rodeadas de cadeiras de plástico, que num canto se estendia uma tela com o conteúdo do computador projectado e que ao fundo se encontra uma pequena árvore de Natal de plástico, estrangulada pelas fitinhas, como objecto de decoração permanente. Achei engraçado esse contraste, o que é que eu estava à espera? e entre pensamentos a minha atenção foi sendo desviada pelo som das vozes ao meu redor que falavam tetum, inglês, indonésio e ocasionalmente o português.

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