domingo, 8 de agosto de 2010

As voltinhas no machibombo

Na cidade de Dili, andar na estrada pode ser bastante aborrecido. No alto da “kareta” (pronuncia-se carreta), com a minha colega pacientemente a conduzir, não há muito a fazer nas horas de ponta a não ser deixar-me levar pela paisagem citadina de um trânsito caótico. Neste compasso não há nada como uma boa conversa que roça o “nonsense”. Atira-se sempre uma piada acerca da senhora que vai sentada à donzela na mota da frente, pois a mini saia e os saltos não permitem ir de outra forma, faz-se referência à lição de equilíbrio de uma família inteira que segue em cima da mota vizinha, comenta-se o “bom gosto” dos sofás da loja de mobiliário e do visual da mikrolete que se meteu à “rasca” ao nosso lado. Nestes momentos também se encontra uma brecha para falar da família e das experiências passadas em Timor. E já começam a ser bastantes experiências. Numa destas conversas a minha colega recorda uma festa em Same onde o “protocolo” (a pessoa que dirige a festa) faz um aviso ao microfone no decorrer da dança, que é tradicionalmente aos pares, “…. tem que respeita, tem que disciplina”. Não sei porquê acho o comentário hilariante, ensanduichada entre dezenas de motas e carros onde a regra é a excepção.

Sem comentários:

Enviar um comentário