sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O que vejo…



…e que gostaria que visses também. Na fronteira dos meus medos, de cada vez que coloco um pezinho lá fora sou surpreendida com um mundo que se apresenta fascinante e desconhecido. Acompanhas-me?
No início da viagem concentro-me em seguir o guia por caminhos sinuosos e cheios de obstáculos e espero que tudo corra bem. Molho-me ao atravessar as ribeiras e sinto o frio a percorrer o meu corpo também por receio da corrente que me puxa as pernas. Sentindo de novo o conforto das botas nos pés, começo a subida até ao meu destino. O avanço é lento, começo a ter sede, a respiração fica mais pesada e o calor só é apaziguado com os esporádicos chuviscos que lavam o suor do meu rosto. São horas neste compasso, deparando-me ocasionalmente com pequenas povoações e cruzando-me com pessoas que apesar de descalças de confortos e luxos partilham um sorriso comigo, estando eu tão longe do meu meio. Sorrio em retorno, exagerando no cumprimento do “Bom dia”. As montanhas no meio das nuvens são esmagadoras e sinto-me mesmo pequenina. Repito para mim que tenho muita sorte, de como sou privilegiada e não sei porquê penso em ti, olhando para a paisagem que me rodeia e que me deixa fascinada.
Não posso dar-te o que gostaria… Partilho contigo as minhas aventuras, ofereço-te as minhas palavras, não podendo no entanto partilhar os meus olhos.

2 comentários:

  1. que lindo..... tem muita sorte a pessoa a quem dedicas este post.... és uma pessoa muito especial e és o nosso coraçao e a nossa alma em timor .... temos muito orgulho em ti. saudades

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  2. Ainda o outro dia pensava que o que sinto em relação à minha perda de visão não é amargura mas saudade.

    Saudade do que via mas sobretudo saudade de uma liberdade com que nem sequer fiz grande coisa.

    Tu agarraste a tua liberdade e voaste com ela atrás dos teus sonhos, e por isso respeito-te muito

    Mas por muitas, muitas mais razões tenho saudades tuas :-)

    Obrigado

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