
…e que gostaria que visses também. Na fronteira dos meus medos, de cada vez que coloco um pezinho lá fora sou surpreendida com um mundo que se apresenta fascinante e desconhecido. Acompanhas-me?
No início da viagem concentro-me em seguir o guia por caminhos sinuosos e cheios de obstáculos e espero que tudo corra bem. Molho-me ao atravessar as ribeiras e sinto o frio a percorrer o meu corpo também por receio da corrente que me puxa as pernas. Sentindo de novo o conforto das botas nos pés, começo a subida até ao meu destino. O avanço é lento, começo a ter sede, a respiração fica mais pesada e o calor só é apaziguado com os esporádicos chuviscos que lavam o suor do meu rosto. São horas neste compasso, deparando-me ocasionalmente com pequenas povoações e cruzando-me com pessoas que apesar de descalças de confortos e luxos partilham um sorriso comigo, estando eu tão longe do meu meio. Sorrio em retorno, exagerando no cumprimento do “Bom dia”. As montanhas no meio das nuvens são esmagadoras e sinto-me mesmo pequenina. Repito para mim que tenho muita sorte, de como sou privilegiada e não sei porquê penso em ti, olhando para a paisagem que me rodeia e que me deixa fascinada.
Não posso dar-te o que gostaria… Partilho contigo as minhas aventuras, ofereço-te as minhas palavras, não podendo no entanto partilhar os meus olhos.
que lindo..... tem muita sorte a pessoa a quem dedicas este post.... és uma pessoa muito especial e és o nosso coraçao e a nossa alma em timor .... temos muito orgulho em ti. saudades
ResponderEliminarAinda o outro dia pensava que o que sinto em relação à minha perda de visão não é amargura mas saudade.
ResponderEliminarSaudade do que via mas sobretudo saudade de uma liberdade com que nem sequer fiz grande coisa.
Tu agarraste a tua liberdade e voaste com ela atrás dos teus sonhos, e por isso respeito-te muito
Mas por muitas, muitas mais razões tenho saudades tuas :-)
Obrigado